Vice-prefeito eleito e aliados são presos no MA por suspeita de compra de votos e ameaças a eleitores

Na manhã desta quinta-feira (12), a Polícia Federal prendeu o vice-prefeito eleito de Nova Olinda do Maranhão, Ronildo da Farmácia (MDB), e mais duas pessoas, suspeitos de envolvimento em um esquema de compra de votos e intimidação de eleitores nas recentes eleições municipais. A operação investiga o uso de recursos públicos e práticas de corrupção que marcaram a acirrada disputa pela prefeitura da cidade.

A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta quinta-feira (12), três pessoas em Nova Olinda do Maranhão, incluindo o vice-prefeito eleito, Ronildo da Farmácia (MDB). Eles são suspeitos de compra de votos e de ameaças a moradores da cidade. Além do vice-prefeito, foram detidos o sogro do prefeito eleito e a secretária de finanças do município. A PF investiga a possibilidade de que parte dos recursos utilizados na compra de votos provenham de dinheiro público.

Contexto da Operação

Esta operação é um desdobramento de um caso que ganhou destaque no programa Fantástico, em outubro. Um eleitor denunciou a venda de seu voto em troca de telhas, sacos de cimento e madeira, após ter sofrido ameaças.

Resultados das Eleições

O prefeito Ary Menezes (PP) foi eleito em Nova Olinda do Maranhão com uma diferença de apenas dois votos em relação à segunda colocada, Thaymara Amorim (PL). O município possui cerca de 14 mil habitantes.

A disputa pela prefeitura de Nova Olinda do Maranhão foi marcada por um intenso clima de concorrência, sendo considerada uma das mais acirradas do país. Recentemente, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação para desarticular um suposto esquema de corrupção e crimes eleitorais na região. A ação incluiu mandados de prisão e oito mandados de busca e apreensão nas cidades de São Luís e Cantanhede, todos expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA).

Crimes Identificados

As investigações revelaram indícios de diversas práticas criminosas, como a intimidação de eleitores, extorsão qualificada, desvio de recursos públicos, constituição de organização criminosa e lavagem de dinheiro. Esses elementos apontam para um esquema complexo que poderia ter influenciado o resultado das eleições.

Resposta dos Envolvidos

Até o momento, o prefeito Ary Menezes (PP) e o vice-prefeito Ronildo da Farmácia (MDB) não se pronunciaram sobre as acusações e as investigações em andamento. A ausência de uma posição oficial deixa em aberto questões sobre a responsabilidade dos envolvidos no suposto esquema.

Investigações revelam um esquema de compra de votos, que inclui ameaças e intimidações para garantir apoio político a um candidato a prefeito. Relatos indicam que integrantes do grupo abordaram diversas pessoas, oferecendo dinheiro ou materiais de construção em troca de votos.

Ameaças e Intimidações

Pessoas que inicialmente aceitaram os acordos, mas posteriormente mudaram de opinião sobre o candidato indicado, relataram ter sofrido ameaças e represálias. Algumas dessas intimidações envolveram o uso de armas de fogo.

Coação e Propaganda Política

Outros depoimentos coletados pela Polícia Federal confirmam que indivíduos armados, associados ao grupo investigado, coagiram as vítimas a retirar materiais de propaganda de candidatos adversários e a interromper atividades relacionadas à campanha eleitoral.

Investigação de Recursos Públicos

A polícia ainda está apurando a possível utilização de recursos públicos federais para sustentar o esquema de compra de votos.

Um caso de compra de votos nas eleições para prefeito foi revelado pelo programa Fantástico. O lavrador Danilo Santos admitiu que foi abordado antes da votação e aceitou vender seu voto em troca de materiais de construção.

Detalhes da Negociação

Danilo relatou que a oferta incluía 1.500 telhas, 20 sacos de cimento e madeira para sua casa. Ele foi informado que, se aceitasse, tudo estaria garantido. "Disseram que, se fosse só isso, já estava tudo comprado. No dia seguinte, era para eu ir buscar no galpão", explicou.

A Quebra do Acordo

Após a eleição, Danilo não recebeu a totalidade do que havia sido prometido e decidiu não levar adiante o acordo. Dois dias depois, um caminhão da prefeitura apareceu em sua casa para retirar as telhas que já estavam lá. "Como não me deram o material todo, ficaram me ameaçando", contou o lavrador.

Consequências Legais

A compra de votos é um crime que pode resultar em penas de até 4 anos de prisão. A situação de Danilo exemplifica as práticas ilegais que ocorrem durante o processo eleitoral, refletindo a necessidade de medidas rigorosas para coibir esse tipo de corrupção.

Dora Luciane Souza Costa foi vítima de ameaças após decidir não votar em Ary Menezes e na vereadora indicada por ele. Sua decisão foi motivada pela compra de votos, na qual seu marido recebeu dinheiro. Luciane gravou imagens que mostram um homem, identificado como apoiador do candidato a prefeito, a ameaçando.

Ameaças e Intimidações

Luciane relatou que, após postar apoio à sua vereadora, recebeu ameaças de morte direcionadas a ela, seu marido e suas filhas. Segundo seu relato, a ameaça era clara: se não votassem nos candidatos indicados, suas vidas estariam em risco.

Reação do Prefeito Eleito

Ary Menezes, o prefeito eleito, se manifestou por meio de uma nota, afirmando que a compra e venda de votos prejudica a democracia e deve ser investigada pela Justiça Eleitoral. Ele se colocou à disposição para qualquer esclarecimento necessário sobre a situação.

Defesa do Vice-Prefeito

Ronildo da Farmácia, vice-prefeito eleito, negou as acusações de compra de votos. Ele garantiu que tanto ele quanto Ary Menezes não ofereceram dinheiro em troca de votos, enfatizando que a campanha foi conduzida de forma limpa e transparente.

A Polícia Federal (PF) está realizando uma operação para desarticular um esquema de crimes eleitorais que visa a eleição de um prefeito.

Ação da Polícia Federal

A operação tem como objetivo investigar e combater práticas ilícitas que comprometem a integridade do processo eleitoral.

Impacto nas Eleições

Essas ações da PF são fundamentais para garantir a transparência e a legitimidade nas eleições, protegendo o direito do eleitor.