Tribunal de Justiça do Maranhão forma 26 novos juízes e juízas com foco em humanização e compromisso social
- Alexandre Ferreira
- 13 de dez. de 2024
- 6 min de leitura
Quatorze juízes e doze juízas do Tribunal de Justiça do Maranhão finalizaram o Curso de Formação Inicial da Magistratura, essencial para o exercício da função, com enfoque na humanização e responsabilidade social.

Mais 14 juízes e 12 juízas de entrância inicial do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) concluíram, nesta quinta-feira (12/12), o Curso de Formação Inicial da Magistratura. Essa fase é obrigatória para o acesso ao cargo e para o desenvolvimento de habilidades na carreira. O curso teve duração de três meses, totalizando 479 horas de atividades teóricas e práticas, e foi coordenado pela Escola Superior da Magistratura do Maranhão (ESMAM) e pela Escola Judicial do Tribunal Regional Eleitoral (EJE), com credenciamento da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam).
Cerimônia de Entrega de Certificados
O evento de conclusão foi realizado no auditório da Associação dos Magistrados do Maranhão (AMMA). Durante a cerimônia, a diretora-geral do TJMA, juíza Ticiany Gedeon Maciel Palácio, fez a entrega simbólica dos certificados.
Compromisso e Posse
Na ocasião, a juíza Luciana Quintanilha Pessoa foi convidada a assinar o primeiro termo de compromisso e posse, assumindo sua nova função na comarca de Urbano Santos. As 26 novas unidades de lotação foram designadas de acordo com a ordem de classificação dos juízes e juízas.
O concurso para o cargo de juiz no Maranhão resultou na nomeação de 21 juízes titulares. O encerramento da seleção contou com a presença de diversas autoridades do Judiciário, que celebraram a conclusão do processo de formação.
Autoridades Presentes
O evento foi marcado pela participação dos desembargadores Jorge Rachid, representando o presidente do TJMA, Froz Sobrinho, e José Luiz Oliveira de Almeida, corregedor-geral da Justiça do Maranhão. Também estiveram presentes a desembargadora Sônia Amaral, diretora da ESMAM, e a juíza Laysa Mendes, que representou o corregedor-geral do Foro Extrajudicial, desembargador José Jorge Figueiredo. Os juízes Marco Adriano Ramos Fonseca e Holídice Barros, respectivamente coordenador-geral da Formação Inicial da Magistratura e presidente da AMMA, completaram a lista de autoridades.
Importância do Curso
O juiz Felipe de Queiroz Villarroel, escolhido para falar em nome da turma, ressaltou a relevância do curso de formação para os novos juízes. Ele enfatizou a qualidade do programa, afirmando que o Tribunal de Justiça do Maranhão oferece o melhor curso de formação do país, com uma abordagem humanística que valoriza a função do magistrado.
Em meio à necessidade de números e metas, a valorização do conhecimento e do aprimoramento dos magistrados deve ser uma postura institucional sempre lembrada e enaltecida. O orador destacou os desafios da carreira da magistratura, ressaltando a responsabilidade de respeitar as diversidades e a importância de julgar com equidade. Ele enfatizou que é essencial abandonar a visão limitada do passado e adotar uma hermenêutica plural, reconhecendo que todos são sujeitos de direito, independentemente de gênero, raça ou orientação sexual.
Desafios da Magistratura
Os desafios enfrentados pelos magistrados são significativos e exigem um compromisso constante com a justiça. É fundamental que os profissionais da área judicial se empenhem em compreender e respeitar as diversas realidades sociais, buscando sempre uma abordagem mais inclusiva.
Realidade Socioeconômica do Maranhão
A desembargadora Sônia Amaral abordou a realidade socioeconômica do Maranhão, destacando que, para muitas pessoas, questões que podem parecer triviais, como a disputa por um botijão de gás, têm um impacto profundo em suas vidas e patrimônios. Essa perspectiva reforça a necessidade de uma atuação sensível e consciente por parte do sistema judiciário.
Valorização da Diversidade
A diretora da ESMAM enfatizou a importância de valorizar a diversidade nas decisões judiciais, reconhecendo que cada caso traz consigo uma história única e que a justiça deve ser aplicada de maneira equitativa e inclusiva.
A utilização da inteligência artificial no sistema judiciário pode ser uma ferramenta valiosa para lidar com demandas repetitivas e predatórias. No entanto, é fundamental reconhecer que questões mais sensíveis exigem a humanidade e a sensibilidade do magistrado. Mesmo em um contexto de digitalização, o elemento humano continua sendo central na entrega da justiça.
A Importância do Humanismo na Magistratura
Durante a cerimônia, o corregedor-geral da Justiça destacou que ser um bom magistrado vai além de títulos acadêmicos. O exercício da função requer autocrítica e aperfeiçoamento contínuo. É essencial que o juiz ou juíza possua uma abordagem humanista, capaz de compreender que os processos judiciais envolvem a dor de quem busca justiça.
Sensibilidade e Esperança
A magistratura demanda equilíbrio, sensibilidade e uma postura que transmita esperança de dias melhores. Apesar das adversidades e incompreensões, é fundamental que os magistrados perseverem na busca pelo que é correto, com determinação e força de vontade.
A Justiça como Última Instância
O corregedor também lembrou que a Justiça é frequentemente procurada como a última instância por cidadãos que enfrentam dificuldades. Isso reforça a importância do papel do magistrado em proporcionar não apenas decisões justas, mas também um apoio emocional e moral àqueles que clamam por justiça.
A importância da esperança na justiça
A esperança é um elemento fundamental para a sociedade, especialmente para aqueles que buscam justiça. É essencial que os juízes não decepcionem as expectativas das pessoas que confiam neles para a proteção de seus direitos. A perda da esperança pode levar à falta de perspectivas, o que impacta negativamente a comunidade como um todo.
Ética, Justiça e Compromisso Social
O desembargador Jorge Rachid, representando a presidência do TJMA, enfatizou a importância de que os novos juízes e juízas sejam exemplos tanto no âmbito jurídico quanto na vida cotidiana. Ele destacou a necessidade de adotar práticas que reflitam um forte compromisso com a ética, a justiça e a responsabilidade social.
Iniciativas Comunitárias
Rachid mencionou o programa de casamentos comunitários, que já está em funcionamento no Maranhão. Essa iniciativa é um exemplo de como a justiça pode se conectar com a comunidade e contribuir para o bem-estar social.
O projeto em questão tem gerado um impacto positivo, refletido na alegria dos casais que participam. O programa evoluiu de uma simples solenidade para uma ação institucional permanente do Poder Judiciário, demonstrando seu compromisso com a sociedade.
Importância das Questões Ambientais
O idealizador de projetos socioambientais no Judiciário destacou a relevância de abordar questões ambientais. Ele ressaltou que pequenas ações, como a redução do desperdício de papel e a preservação dos rios, são parte de um esforço maior para conscientizar a sociedade sobre a sustentabilidade.
Homenagem ao Juiz Marco Adriano Fonseca
Durante a solenidade, o juiz Marco Adriano Fonseca, coordenador-geral do curso, recebeu uma placa de menção honrosa. Ele expressou gratidão pela homenagem e elogiou o desempenho da turma, bem como a colaboração dos professores e coordenadores.
Novos Integrantes do TJMA
Ingressaram no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) os juízes Mirna Cardoso Siqueira (Comarca de Mirador), Leonardo Barbosa Beserra (Comarca de Monção) e André Francisco Gomes.
Os seguintes nomes representam profissionais de diversas comarcas no Maranhão:
Comarca de Cururupu
e Oliveira
Comarca de Urbano Santos
Luciana Quintanilha Pessoa
Comarca de São João Batista
Luisa Caricio da Fonseca
Comarca de Passagem Franca
Camyla Valeska Barbosa Sousa
Comarca de São João dos Patos
César Augusto Popinhak
Comarca de Senador La Roque
Dayan Jerff Martins Viana
Comarca de Joselândia
Fábio da Costa Vilar
Comarca de Turiaçu
Jacqueson Ferreira Alves dos Santos
19ª Zona – Barra do Corda
João Bruno Farias Madeira
Comarca de Santa Luzia do Paruá
Patrícia Bastos de Carvalho
Comarca de São Vicente Férrer
Calleby Berbert Mariano Ribeiro
Comarca de Poção de Pedras
Nathalia Canedo Rocha
Comarca de Amarante do Maranhão
Jordana Celestino Dourado
Comarca de Alto Parnaíba
Renata Pinto Andrade
Comarca de São Domingos do Azeitão
Lucas Alves Silva Caland
Comarca de Cândido Mendes
Luana Cardoso Santana Tavares
Comarca de Governador Nunes Freire
Adriano César Oliveira Nóbrega
Comarca de Carutapera
Jéssica Gomes Dias
Rafael de Lima Sampaio Rosa, Bruno Arthur de Mattos, Felipe de Queiroz Villarroel, Lucianne Solano de Macêdo Moreira, Bruno Meneses de Oliveira e Bruna Fernanda Oliveira da Costa são os magistrados e magistradas que estão participando da formação inicial.
Formação Inicial
A sétima turma da formação inicial teve início em 9 de setembro e é destinada aos magistrados aprovados no concurso público do Edital nº 01 de 26 de abril de 2022. A participação é obrigatória para os juízes substitutos do TJMA.
Estrutura do Curso
O curso possui uma carga horária total de 479 horas-aula, distribuídas em três módulos. O módulo Local, com 415 horas-aula, abrange disciplinas teórico-práticas obrigatórias, um módulo de Integração e Redação Jurídica, práticas supervisionadas em Unidades Judiciárias do TJMA e uma avaliação final. O módulo Eleitoral, com 24 horas-aula, é organizado pela EJE.
A formação de 40 horas-aula promovida pela Enfam atende às exigências da Resolução ENFAM nº 02/2016 e suas alterações, além da Instrução Normativa Enfam nº 01/2017, que regulamenta o credenciamento de cursos oficiais, e as orientações específicas do TJMA.
Equipe Pedagógica
A equipe pedagógica da ESMAM é composta por:
Euquênia Veiga Lago: pedagoga, analista judiciária e secretária do Curso de Formação Inicial.
- Bianca Ribeiro Ducanges: coordenadora Pedagógica de Formação e Aperfeiçoamento.
- Luzia Marilene Sousa Araújo: técnica judiciária.
- Gleyciane Oliveira Belfort: técnica de suporte.
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