PENA LEVE: Enfermeiro condenado por morte de esteticista após cirurgia plástica irregular em hospital público no MA
- Alexandre Ferreira
- 5 de dez. de 2024
- 4 min de leitura
O enfermeiro Alberto Rodrigues da Silva foi condenado a pouco mais de dois anos de prisão pela morte da esteticista Erinalva de Jesus, após realizar uma cirurgia plástica ilegal em hospital público. A decisão gerou revolta na família da vítima, que esperava uma punição mais severa.

Alberto Rodrigues da Silva foi responsabilizado pela morte da esteticista Erinalva de Jesus Dias, após realizar uma cirurgia plástica no Hospital Municipal de Lago dos Rodrigues. O júri popular que o julgou terminou na última terça-feira (3).
Sentença e Consequências
O júri condenou Alberto a uma pena de pouco mais de dois anos de prisão. No entanto, considerando que ele já havia cumprido um ano e cinco meses em regime fechado, a pena restante será cumprida em prisão domiciliar por sete meses.
Reação da Família
A decisão gerou frustração na família de Erinalva, que esperava uma punição mais severa para o réu.
O julgamento de Alberto Rodrigues da Silva, acusado de se passar por médico, ocorreu em um local alternativo devido à falta de espaço adequado no município. Inicialmente, o julgamento seria realizado em uma creche em Lago dos Rodrigues, mas o Ministério Público do Maranhão levantou preocupações sobre a segurança do processo, indicando que informações sigilosas sobre o depoimento de uma testemunha foram vazadas antes do julgamento, o que poderia influenciar a decisão dos jurados.
Acusações de Falsidade
Alberto Rodrigues da Silva, conhecido pelo nome falso de 'Dr. Guilherme', é acusado de se apresentar como médico e realizar procedimentos cirúrgicos em hospitais públicos utilizando documentos falsos. O caso em questão remonta ao dia 31 de maio de 2023, quando Erinalva, então com 37 anos, procurou Alberto para uma cirurgia de remoção de uma das trompas.
Consequências do Procedimento
Após o procedimento, que na verdade foi uma cirurgia plástica em vez da cirurgia prometida, Erinalva passou mal e precisou ser encaminhada ao Hospital Regional Dra. Laura Vasconcelos, localizado em Bacabal, a cerca de 80 km de distância. A situação levantou sérias questões sobre a prática ilegal de Alberto e os riscos à saúde que suas ações acarretaram.
A Polícia Civil está investigando a morte de uma mulher após uma cirurgia estética realizada por um enfermeiro em um hospital municipal em Lago dos Rodrigues, Maranhão. A vítima, que passou por uma abdominoplastia, não sobreviveu ao procedimento.
Circunstâncias da Cirurgia
De acordo com testemunhas, a cirurgia foi realizada exclusivamente por um enfermeiro não habilitado, dentro do centro cirúrgico do hospital. Um médico que atendeu a mulher posteriormente constatou que ela havia se submetido à cirurgia estética.
Respostas das Autoridades
A diretora do hospital e os profissionais de plantão afirmaram à polícia que não tinham conhecimento de que o enfermeiro estava realizando o procedimento. Como resultado, o contrato do enfermeiro foi rescindido, e o Conselho Regional de Enfermagem iniciou um processo disciplinar contra ele.
Outras Vítimas
Durante a investigação, a Polícia Civil do Maranhão também identificou mais uma vítima relacionada ao enfermeiro, levantando preocupações sobre a segurança dos procedimentos realizados no hospital.
Uma professora de 35 anos, residente em Lago da Pedra, denunciou ter sido operada por um enfermeiro que se apresentava como médico. Ela ainda enfrenta sequelas do procedimento cirúrgico realizado. A vítima preferiu não ser identificada.
Procedimentos Estéticos
A professora revelou que o procedimento foi realizado no Hospital de Lago dos Rodrigues, após recomendação da esteticista Erinalva de Jesus.
Investigação do Enfermeiro
O enfermeiro Alberto Rodrigues da Silva, que está sendo investigado, atuou como diretor clínico de um hospital e recebeu salários através da conta de outro médico. Ele já havia sido indiciado anteriormente por realizar cirurgias ilegais.
Declarações do Enfermeiro
Em uma entrevista, o enfermeiro afirmou ser "especialista em procedimentos estéticos" e mencionou as cidades onde atuava.
A professora, que era amiga de Erinalva, acompanhou a esteticista no dia da cirurgia. O advogado da professora, Cleves Holanda, relatou que sua cliente foi enganada por um falso médico e precisou passar por uma nova intervenção com o mesmo enfermeiro. Atualmente, ela convive com as sequelas do procedimento cirúrgico. A notícia da morte de Erinalva deixou a professora abalada.
Procedimento Cirúrgico Impropriamente Realizado
Cleves Holanda destacou que a cirurgia reparadora realizada pela professora foi feita de maneira incorreta e imprudente. Ela ainda sofre com sequelas, como dores e secreções, decorrentes do procedimento.
Desconhecimento da Situação
O advogado também mencionou que a professora não tinha conhecimento de que Alberto não era médico. Ela acreditava que estava sendo atendida por um profissional qualificado, já que Alberto havia afirmado ter experiência em procedimentos cirúrgicos.
Alberto Rodrigues, um enfermeiro que se apresentava como médico, foi denunciado por realizar cirurgias ilegais na região. Ele cobrava cerca de R$ 5 mil por procedimento e operava suas pacientes à noite, se autodenominando especialista em harmonização facial e corporal nas redes sociais.
Cirurgia Ilegal em Turiaçu
Alberto Rodrigues da Silva já havia sido indiciado por realizar uma cirurgia em um hospital público em Turiaçu (MA). A investigação, iniciada em julho de 2022, revelou que ele atuava sob o nome de 'Dr. Guilherme' no Hospital Municipal de Turiaçu. Em 2021, ele realizou uma histerectomia, operação que resultou em complicações para a paciente, incluindo vazamento de urina na vagina.
Uma mulher passou por uma segunda cirurgia realizada por um enfermeiro, mas enfrentou complicações que a levaram a uma terceira operação em São Luís.
Irregularidades no Registro Profissional
A Polícia Civil descobriu que o enfermeiro Alberto Rodrigues utilizou um documento falso, colocando sua foto em um registro profissional que pertencia a outro médico.
Consequências Legais
Alberto foi indiciado por exercício ilegal da medicina, mas, como não houve flagrante, não foi preso.
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