Desafios à Vista: São Luís entre as Capitais onde Prefeitos Iniciam Mandatos com Minoria na Câmara
- Alexandre Ferreira
- 7 de jan.
- 4 min de leitura
Em um cenário desafiador, São Luís integra o grupo de 14 capitais onde prefeitos iniciam seus mandatos com menos de 50% de vereadores aliados. Estudo revela as dificuldades de governabilidade que podem surgir nas negociações legislativas.

São Luís está entre as 14 capitais dos 26 estados onde os prefeitos que tomaram posse na quarta-feira passada (1º) iniciarão seus mandatos com menos de 50% de vereadores da base em suas respectivas câmaras. Os dados são de um estudo realizado pelo cientista político Humberto Dantas, líder do Coletivo Legis-Ativo, em parceria com pós-graduandos em Ciência Política da Fesp-SP.
Desafios de Governabilidade
De acordo com Humberto Dantas, os resultados do estudo permitem prever quais prefeitos enfrentarão mais ou menos dificuldades para implementar seus programas, dependendo das negociações com o parlamento e com os vereadores eleitos em suas cidades.
Análise das Coligações
Os pesquisadores recomendam que, para avaliar a governabilidade dos novos prefeitos, a análise do desempenho das coligações nas eleições é a mais adequada. Essa escolha é fundamentada na importância desse dado, que indica quantas cadeiras o governante possui para iniciar as negociações necessárias à formação de sua base no Legislativo.
O cenário político em Porto Velho e outras capitais brasileiras apresenta desafios significativos para os novos prefeitos. As relações entre o Executivo e o Legislativo municipal são cruciais e podem variar conforme as negociações entre os representantes de cada esfera.
Situação Delicada em Porto Velho
O novo prefeito de Porto Velho, Leonardo Barreto (Podemos), inicia seu mandato enfrentando uma situação adversa, pois nenhum dos 23 vereadores recém-empossados pertence ao seu partido ou à coligação que o elegeu.
Desafios em Aracaju e Palmas
A nova prefeita de Aracaju, Emília Corrêa (PL), também enfrenta dificuldades, começando sua gestão com apenas dois aliados entre os 26 vereadores, o que representa 7,7%. Da mesma forma, o novo prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), conta com o apoio de apenas dois vereadores em uma câmara com 23 cadeiras.
Situação em Belo Horizonte e Porto Alegre
O prefeito reeleito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), enfrenta uma realidade semelhante, tendo como aliados apenas dez dos 41 vereadores da nova legislatura durante sua campanha eleitoral. Em Porto Alegre, Sebastião Melo inicia seu segundo mandato com a promessa de apoio de 16 dos 35 vereadores da câmara municipal.
A situação dos prefeitos eleitos pode ser analisada em diferentes faixas de apoio político, segundo Humberto Dantas. Ele propõe uma classificação que divide os prefeitos em cinco categorias, com base no número de cadeiras conquistadas por suas coligações ou partidos. Essa divisão varia de uma base ampla, com mais de dois terços das cadeiras, até situações de grande dificuldade, onde menos de um décimo das cadeiras é conquistado. Prefeitos nas faixas azul e verde enfrentarão menos desafios, enquanto aqueles na faixa amarela precisarão ser habilidosos nas negociações para avançar com suas agendas.
Base Ampla
Um total de 12 prefeitos inicia o mandato com uma base de apoio sólida no Legislativo, o que facilita a aprovação de projetos. Exemplos incluem João Henrique Caldas (PL), de Maceió, e João Campos (PSB), de Recife.
Desafios nas Negociações
Os prefeitos que se encontram nas faixas intermediárias, especialmente aqueles com menos de dois terços de apoio, precisarão desenvolver habilidades de negociação para garantir a aprovação de suas propostas. A capacidade de articulação será crucial para lidar com a oposição e conseguir avanços em suas agendas políticas.
Os prefeitos que iniciam seus mandatos com maior apoio no Legislativo
Em Alagoas e Recife, os partidos dos prefeitos possuem a maior representação no Legislativo. Na capital alagoana, 44% dos vereadores são do PL, partido do prefeito JHC. Na Câmara Municipal de Recife, 40,5% dos parlamentares pertencem ao partido do prefeito reeleito, João Campos.
Maioria expressiva na Câmara Municipal
João Campos se destaca como o prefeito de capital com a maior maioria no Legislativo local, contando com o apoio de 29 dos 35 vereadores da nova legislatura, o que representa quase 80% das cadeiras.
Outras capitais com apoio significativo
Os prefeitos de outras capitais também começam seus mandatos com maiorias confortáveis. Em Rio Branco, 76% dos vereadores apoiam o Executivo, seguidos por Natal (72%), João Pessoa (72%), Salvador (72%) e São Paulo (67%). Com exceção de Paulinho Freire (União Brasil) em Natal, todos os demais foram empossados para o segundo mandato consecutivo. Além disso, prefeitos de Belém (66%), Florianópolis (65%), Maceió (60%), Rio de Janeiro (55%), Curitiba (53%) e Goiânia (51%) também possuem maiorias em suas câmaras.
Destaques regionais
Três mandatários reeleitos em Santa Catarina, Alagoas e Rio de Janeiro se destacam nesse cenário, consolidando ainda mais a força de seus partidos nas respectivas câmaras municipais.
A oposição obteve vitórias em Belém e Goiânia, enquanto o grupo atual permanece no poder em Curitiba, conforme observa Humberto Dantas.
Oposição em Belém e Goiânia
As eleições recentes mostraram a força da oposição, que conseguiu conquistar importantes cidades como Belém e Goiânia.
Manutenção do Poder em Curitiba
Em contraste, o grupo que atualmente governa Curitiba conseguiu manter sua posição, refletindo uma dinâmica política diferente na capital paranaense.
Situação em São Luís
São Luís é uma das 14 das 26 capitais onde prefeitos iniciam seus mandatos em minoria nas Câmaras Municipais, o que pode impactar a governabilidade e a implementação de políticas públicas.
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